Katie Bouman e o sexismo na ciência


Você deve ter ouvido recentemente o nome de uma mulher que fez história: Katie Bouman. Se não, ao menos deve ter ouvido sobre o grande feito da ciência e tecnologia de que ela fez parte.
Em abril de 2019 foi divulgada a primeira imagem de um buraco negro. Katherine ”Katie” Bouman foi responsável por desenvolver um algoritmo que combina os dados obtidos por oito radiotelescópios (EHT - Event Horizon Telescope) espalhados pelo mundo para compor a imagem do buraco negro. O projeto, resultado de trabalho em equipe de centenas de cientistas, registrou a primeira imagem de um buraco negro - até então, as imagens disponíveis eram simulações.

Buraco Negro


Katie tem 30 anos e é doutora em engenharia elétrica e ciência da computação pelo MIT. Começou a desenvolver o algoritmo quando ainda fazia sua pós graduação, em 2016. No evento TEDxBeaconStreet ela fala mais sobre seu projeto, que pode ser assistido aqui .
Apesar de ter realizado algo grandioso, muita gente preferiu ficar em outro fato: uma mulher cientista foi uma das protagonistas da história.

Katie




Katie sofreu ataques misóginos na internet: várias contas fake foram criadas usando seu nome, vídeos espalharam rumores e algumas pessoas questionaram a relevância de seu trabalho, alegando que ela teria trabalhado menos que seus colegas homens.
Infelizmente, o que Katie enfrenta não é um problema isolado. As mulheres costumam sofrer preconceitos e assédios, ter seus esforços diminuídos e conquistas questionadas, não só na ciência, mas em todas as outras áreas de conhecimento. Ainda é comum a ideia de que homens têm melhores competências matemáticas e científicas que mulheres.
É muito importante ressaltar e reconhecer o trabalho de cientistas mulheres, para incentivar a participação feminina na ciência, e discutir como a repercussão de seus feitos (ou a falta dela) tem influência nas trajetórias pessoal e profissional das mulheres. Por isso é importante que haja espaço para que as mulheres possam se expressar, compartilhar suas experiências e divulgar seus trabalhos. É fundamental que exista uma rede forte e crescente de apoio entre todos que acreditam na igualdade e que estejam dispostos a educar aqueles que ainda não se deram conta de que o gênero de uma pessoa não define o quão capaz ela é de realizar uma atividade.